O aluno com transtorno de aprendizagem (TA), possui, no plano educacional, um conjunto de condutas significativamente desviantes em relação a população escolar em geral. Trata-se de um aluno “típico” em alguns aspectos, mas “desviante” e “atípico” em outros. Mais de cem “comportamentos específicos” já foram listados.
Entre os 10 mais frequentes, segundo McCarthy, 1974, estão
- Transtorno de Atenção
- Hiperatividade
- Impulsividade
Dificuldades específicas de aprendizagem: disgrafia, disortografia e discalculia (Observação: o prefixo “DIS” envolve a noção de dificuldade a qual pode estar ligada a uma disfunção cerebral.
Observação: o prefixo “DIS” envolve a noção de dificuldade a qual pode estar ligada a uma disfunção cerebral.
A atenção é imprescindível para a aquisição e consolidação das memórias, e consequentemente, para um aprendizado adequado, e depende de vários fatores, tais como: motivação, hiperatividade, impulsividade, complexidade da tarefa, o estado emocional no momento, entre outros.
Transtorno significa que há um comprometimento na vida da pessoa, tanto acadêmica quanto social. O Transtorno de Déficit de Atenção (TAD), pode ou não vir acompanhado de hiperatividade ou impulsividade.
O aluno com Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), frente a situação de aprendizagem, apresenta dificuldade em focar a atenção, não selecionando os estímulos relevantes dos irrelevantes. A existência de estímulos competitivos, perturba-o, tanto no nível visual, quanto auditivo. As mensagens são recebidas, mas não são integradas. Acaba tendo prejuízo em adquirir a informação necessária, para realizar uma tarefa e completar uma atividade, comprometendo, assim, seu desempenho. Frequentemente revela-se como um aluno inteligente, embora falhe no desempenho acadêmico.
Principais características da desatenção:
- Parece não ouvir ou entender o que ouve
- Distrai-se com qualquer acontecimento alheio às suas atividades
- Tem dificuldade para terminar uma tarefa que inicia; passando para outra sem concluir, na maior parte das vezes, o que começou anteriormente
- Pode passar horas diante de uma tarefa sem conseguir completá-la
- Apresenta erros freqüentes em tarefas simples
- Falta de êxito na execução de tarefas escolares que requererem atenção sustentada
- Dificuldade para manter a atenção em atividades realizadas em grupo
- Tem dificuldade para organizar-se
- Perde materiais importantes para a realização das tarefas
Já o aluno com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), apresenta sintomas classificados em 3 categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Principais características da hiperatividade:
- Fala excessivamente
- Tem dificuldade em aceitar a perda em jogos e brincadeiras
- Não consegue pensar a longo prazo
- Não costuma manter amizades por muito tempo
- Tem dificuldades em seguir regras
- Frequentemente levanta durante a aula
- Dificuldade em participar de atividades em grupo.
Principais características da impulsividade:

- Não lê, nem ouve uma pergunta até o final antes de respondê-la
- Interrompe ou se intromete na conversa alheia
- A impulsividade se caracteriza pela incapacidade de parar antes de entender, decidir e agir.
Os indivíduos impulsivos não são reflexivos, não param para pensar e agem por ímpeto.
O TDAH é um transtorno de causas ainda desconhecidas, mas com forte participação genética e ambiental, que tem inicio na primeira infância e pode continuar até a idade adulta.
É uma síndrome heterogênea, um dos maiores problemas clínicos e de saúde pública que acomete crianças, jovens e adultos, causando grande impacto na sociedade pelo estresse envolvido, pelas dificuldades acadêmicas, pelos problemas de comportamento e pela baixa autoestima.
O aluno com TDA ou TDAH exige em sala de aula uma atenção diferenciada.

Dicas que podem facilitar o trabalho:
- Deixar claro quais são as expectativas na execução de cada tarefa
- Estabelecer uma rotina diária, clara, com períodos de descanso definidos
- Usar reforços visuais e auditivos para definir e manter essas regras e expectativas (calendário, cartaz…)
- Dar instruções e orientações de forma direta, clara e curta
- Dividir as atividades em unidades menores
- Monitorar o tempo que falta para concluir uma tarefa
- Utilizar diferentes recursos para dar a aula (filme, jogos, fichas de trabalho…)
- Adotar várias estratégias educacionais

No momento da avaliação:
- Colocar um número menor de exercícios por página
- Solicitar que o aluno cheque as respostas
- Dar mais tempo para a realização dos exercícios
É importante ter em mente que:
A escola deve trabalhar em conjunto com a família e com os profissionais que acompanham o aluno.
A família deve manter uma rotina e estabelecer horários claros para: sono, alimentação, estudo, lazer e outras atividades.
Tanto a escola quanto os pais devem incentivar a participação em atividades físicas, de acordo com as aptidões do aluno. Incentivar sua autoestima, ou seja, elogiá-lo quando houver progresso, assim como, estabelecer consequências razoáveis e realistas para o não cumprimento de tarefas e das regras combinadas anteriormente.
Ignorar as transgressões leves que não forem intencionais.
Geralmente crianças com TDAH tem outras comorbidades clínicas e/ou psicológicas, tão ou mais importantes que o transtorno em relação a sua expressão clínica e terapêutica; pode estar associado a dislexia, ao transtorno opositor desafiante, transtorno de ansiedade, transtorno de humor, tiques…
Quando dois ou mais transtornos comportamentais ocorrem simultaneamente em um mesmo paciente, temos o que denominamos de COMORBIDADE.
O diagnóstico é indicado quando os sintomas principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade, acontecem em uma intensidade e frequencia acima do esperado para a fase do desenvolvimento neuropsicomotor e cognitivo da criança, bem como, quando interferem no relacionamento interpessoal e nas atividades sociais.
O tratamento do TDAH envolve vários profissionais, porque a relação entre os transtornos de linguagem + TDAH com os problemas de aprendizagem são muito estreitas.
A colaboração e a comunicação entre a escola, os pais e os profissionais envolvidos com o aluno, são aspectos vitais para o sucesso no desempenho acadêmico.